sábado, 2 de junho de 2007

Nuvens sobre o atlas: vai chover



Dir-se-ia uma voz pregando no
deserto. Mas era apenas um caçador
de mariposas (vulgo, borboletas),
assobiando na brisa das histórias
por inventar: - Brisa, brasa, na branca
ideia de calor há uma montanha
e muito lá no longe azul.

Falou. E o eco disparava
em busca da nascente, parando
em cada pedra, um pouco circulando
na ideia um pouco aérea de por ali
pousar, ou de ficar olhando
o verde mar das vinhas. Devagar.

- Tal qual uma cidade onde possam
ir ter as rotas dos cometas mais
banais, a cauda nas esquinas
dos cafés. E o eco disparava sobre
as máquinas solares, batendo nas
soleiras, seguindo a trabalhar numa
amável manhã ou por aí. Em bancos
e bandos de pardais. A acordar.

Era então a estação dos gafanhotos
(no deserto, quer dizer) que lá iam
seguindo atentamente a história
interminável dos pardais.
Não eram mariposas? Se calhar.

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