Itinerários urbanos em catorze versos
Da janela, a muralha fernandina
vai-se alargando em círculos de cor:
o Barreiro, Alcochete, Pinhal Novo
o próprio Tejo incluído. Em redor
passam memórias de faluas,
memórias de palavras, os batéis
na circular interna de Odivelas
extensíveis à paragem do Cacém.
Espraia-se no ar, como um aroma
de alecrim e rosas, a noção
de sermos muito mais que viajantes
de um dia sem história. Ou talvez
haja uma história secreta em cada dia
que apenas, por acaso, não se vê.