domingo, 20 de maio de 2007

Retrato

No jardim do paraíso a calma tem
o vago brilho azul da madrepérola,
o vento tem reflexos de cascatas
densas, verdes como as águas altas

e tem aromas de baunilha e flores
de mel. O silêncio é um pássaro,
um coração de um pássaro pulsando,
e tem recantos do ainda e agora,

cantando, como tu, na tarde calma,
por uma pauta de sol. No jardim
do paraíso a noite é de veludo

e tem a graça obscura das fogeiras
antigas ardendo devagar. E tem olhos
ainda mais antigos, ou lagos de avelã.

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